O ambicioso projeto Carnaúba, que pretende transformar a Vila do Preá, em Cruz, em um dos mais estruturados e completos destinos turísticos do país, já saiu do papel e está mobilizando uma rede de empresas, locais e internacionais, interessadas em atrelar suas marcas ao negócio.
Para acelerar o projeto e dar mais eficiência ao andamento da construção do local, o grupo Carnaúba – holding formada para o desenvolvimento do projeto – decidiu fazer uma segunda rodada de captação, desta vez por meio de um fundo imobiliário. O road show do FII XP Grupo Carnaúba vai até o dia 28 de agosto. A oferta será de R$ 165 milhões, valor que pode chegar a R$ 206 milhões. O objetivo é concluir a captação até o dia 1º de setembro.
Julio Capua, empresário que está à frente do projeto, explica que a ideia inicial era seguir um cronograma para a construção do complexo por etapas. “Mas percebemos que isso poderia paralisar o processo, porque cada etapa tem seus efeitos colaterais”, explica. Um deles é que o processo de construção gera emprego para os moradores da região e, com isso, é necessário já iniciar a construção das casas populares – previstas para uma etapa futura.
O fundo terá as mesmas regras de um private equity, ou seja, vai investir por um período definido na valorização do ativo para, então, começar a distribuir dividendos. O prazo será de oito anos, prorrogáveis por mais dois. E os dividendos começarão a ser distribuídos a partir do quarto ano. Embora seja voltado para o público profissional, o tíquete mínimo será de R$ 300 mil. O fundo será “cetipado” , ou seja, será negociado no mercado de balcão da Cetip.
Quem investir no fundo estará comprando uma parte da holding, que havia levantado US$ 31 milhões em 2021 junto a 60 investidores para comprar os 12 milhões de metros quadrados de terra no Preá. O complexo em construção envolve desde condomínios de luxo até casas populares, passando por uma estrutura de lazer e de esporte, com foco no kitesurf. O mais importante, destaca Capua, é que a região seja desenvolvida de forma ordenada, sem gerar degradação no entorno.
Para isso, foram contratadas também empresas de urbanismo para o planejamento de vilas modulares, de gestão ambiental e de resíduos, e também da área de saúde. Foram fechadas parcerias com o Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) pensando na formação da mão de obra local. Com esse apoio, a ideia é que a infraestrutura da região, tanto para os turistas quanto para os moradores, avance junto com a concretização do projeto.
Grupo Minor, de hotéis, grupo UmaUma, de entretenimento, Diagonal, RA e Quick House são algumas das empresas que já definiram investimentos para o complexo, que quer ter como principais marcas o turismo planejado e a difusão do kitesurf – esporte para o qual a região tem grande potencial devido às condições climatológicas.
O Carnaúba deve contar com o primeiro hotel da marca Anantara, do Grupo Minor, no Brasil, com inauguração prevista para o início de 2025. O contrato foi fechado no início deste ano e, desde maio, Minor e Carnaúba se dedicam ao projeto arquitetônico do hotel. Segundo Marco Amaral, vice-presidente de inovação e desenvolvimento do grupo Minor, estão previstos 60 quartos e 25 vilas de serviços, dois restaurantes, bares e um spa com a tradição asiática característica da marca. “Ao avaliar o mercado da região, ficamos surpreendidos pelo potencial do destino em termos de ocupação e média diária”, afirma o executivo. O grupo tem quatro hotéis no Brasil, das marcas Tivoli e NH.
O Anantara será o primeiro dos quatro hotéis previstos pelo projeto. Além disso, o complexo terá o condomínio Vila Carnaúba, já em construção. Na primeira fase, composta por 100 lotes, o índice de venda foi de 80% das casas. Na segunda fase será composta por outros 80 lotes, todos com uma média de 1000 metros quadrados. Além do condomínio, o complexo vai contar com o Carnaúba Wind House, um clube com hospedagem cujos títulos custarão de R$ 330 mil a R$ 550 mil, com um crédito vitalício de até R$100 mil anuais para ser utilizado em sete tipos diferentes de bangalôs.
Com o avanço rápido do projeto, a expectativa é que, já neste ano, o Preá seja um destino relevante para a festa de réveillon. O grupo UmaUma, responsável pelas tradicionais festas realizadas em Trancoso e em São Miguel dos Milagres, está à frente do evento. A expectativa é que, já neste ano, cerca de 1500 visitantes compareçam ao evento. “Não será o destino que vai competir com Trancoso, mas que será complementar por oferecer uma proposta diferente, mais voltada ao esporte”, explica Lourenço Braga, sócio do UmaUma. Tanto é que, como o kitesurf promete ser a estrela da região, a ideia é que no Preá as festas comecem mais cedo, por volta das 17h, e terminem ao redor da 1h.
Infomoney
Infomoney
0 comentários:
Postar um comentário