terça-feira, 5 de novembro de 2013

Médicas cubanas incrementam atenção básica em Cruz

No município de Cruz, a 258 quilômetros da Capital, a presença de duas médicas faz a diferença. Gisele Quesada, que já havia participado de missões na Venezuela e na Bolívia, veio ao Brasil motivada pela solidariedade típica da formação médica cubana. “A população é acolhedora; tive apoio integral dos enfermeiros e da equipe. O idioma dificultou um pouco, mas já estou adaptada. Tempo é o que precisamos”. No posto central da cidade, Giselle atende crianças, adultos hipertensos, gestantes e idosos. “Também faço visitas nas casas todas as semanas”, diz.

O mesmo ideal de solidariedade motiva a médica Isabel Baró, também alocada em Cruz. Para atender os pacientes, ela percorre 33 quilômetros até o distrito de Caiçara. Não bastante o deslocamento, a profissional se prontifica a visitar as localidades próximas. Na última quarta-feira, 30, era o Córrego dos Anas que recebia o reforço. O local de atendimento foi improvisado em uma sala de aula; mesas e cadeiras tomadas emprestadas da comunidade; equipamentos trazidos pelo enfermeiro.

Para lavar as mãos entre um atendimento e outro, Isabel dispunha apenas de duas bacias e sabão líquido. Mas o esforço, diz a médica, proporciona a oportunidade de chegar perto da população. “Temos uma formação integrada para garantir saúde em Cuba e nos países que necessitam. Eu já participei de missão semelhante na Venezuela. Queremos levar saúde para onde é necessário”.

Ela pergunta constantemente se os pacientes entenderam todas as instruções. Apesar do português já estar afiado, diz ela, ainda existe preocupação com a compreensão total das informações. Para Eunice Martins, 18, o idioma não foi um impedimento. “Fiz muitas perguntas, tirei minhas dúvidas. É um atendimento detalhado. É a primeira consulta do meu filho desde que chegamos aqui”.

Quem também aprova o atendimento é Rosiane Sousa, 20, que levou João Victor, de apenas um ano, para sua primeira consulta após o nascimento. Isabel examina o menino, brinca, descreve para a mãe as instruções de higiene e alimentação, além de ensinar técnicas para incentivar a coordenação motora e audição. “É uma consulta detalhada. Ela faz muitas perguntas. Gostei demais”.

O Povo (Isabel Costa)

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