quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Supesp amplia coleta seletiva e solidária e acarauense é destaca em matéria


Após o sucesso com a campanha “Fazer o Bem é Dado Positivo”, em comemoração ao aniversário de quatro anos da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), o órgão vinculado à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) atua agora para dar um novo passo no processo de adesão à coleta seletiva e solidária, conforme o Decreto Estadual Nº 32.981, de 21 de fevereiro de 2019, onde 13 órgãos da administração pública no Ceará já realizam esse tipo de coleta, fortalecendo uma cadeia produtiva de trabalhadores de material reciclável.

Lúcia Maria de Andrade Paiva (66) trabalha com coleta de material reciclável há pelo menos 25 anos e há cerca de duas décadas integra o grupo de trabalhadores da Associação dos Agentes Ambientais Rosa Virgínia, localizada no Loteamento Santa Teresinha, no Mondubim, em Fortaleza. A família de Lúcia foi uma das 22 famílias beneficiadas com as doações da campanha da Supesp, no total de 147 quilos em material como plástico, papelão, eletroeletrônicos, além de 13 cestas básicas distribuídas entre os associados.

A equipe de reportagem da Supesp foi conhecer pela primeira vez como funciona o galpão de onde os trabalhadores tiram o seu sustento. Um retrato socioeconômico de famílias inteiras que vêm sobrevivendo entre a linha da pobreza, da vulnerabilidade social e um pé com acesso ao trabalho e à educação, do Brasil desigual e injusto, mas com chances de reverter um quadro crítico e que conhece pouco o potencial de uma atividade econômica conhecida por reciclagem.


Nascida e crescida no município de Acaraú, Lúcia Andrade, 8º ano do Ensino Médio incompleto, é o retrato do que se costuma intitular de guerreira no seu sentido mais amplo e irrestrito. Como muitas mulheres da periferia do País, do companheiro herdou apenas o sobrenome, Paiva, com quem teve três filhas e precisou criá-las sozinha, andando com mais algumas mulheres, a pé, do bairro onde mora, Parque Santa Rosa, até o bairro Benfica, centro da cidade, percorrendo cerca de 27,5 quilômetros diariamente. “Trabalhei também em casa de família, no Benfica ou Aldeota e um pouco de tempo depois me falaram aqui da associação e passei a trabalhar aqui no galpão fazendo a separação do lixo seco e molhado. Quando me falaram de reciclagem eu nem sabia o que era isso”, explica Lúcia, mostrando como faz a seleção do que chama lixo azul, amarelo, dependendo do tipo de embalagem que está manuseando, seja de água ou detergente para depois ir para a prensa.

Com os cerca de R$ 800,00 que adquire com o seu trabalho mensalmente pela associação mais o auxílio-catador concedido pelo Governo do Ceará, no valor de R$ 305,00, Lúcia Andrade mantém o sustento da casa onde moram a filha desempregada e os dois netos. “A outra filha, Kelvania, mora com o pai no Rio de Janeiro, a segunda, a Keiliane, morreu talvez com câncer no útero, ano passado (ela não soube confirmar) e a terceira mora aqui em Fortaleza. A Kelviane também tem mais dois filhos do segundo casamento e assim a gente vai tocando”, diz Lúcia Andrade.

0 comentários:

Postar um comentário