Em 2018 os moradores da Vila de Jericoacoara saíram às ruas para protestar contra a privatização do Parque Nacional de Jericoacoara. Nesta última semana o tema voltou aos holofotes com duas audiências públicas realizadas em Jijoca de Jericoacoara e Cruz, onde o parque está situado.
As audiências foram comandadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra o Parque Nacional de Jericoacoara. O objetivo era coletar sugestões e observações da comunidade local, trabalhadores do setor e de interessados para o aprimoramento do plano de cessão. Nativos e empresários de Jericoacoara são contra, pois vai gerar mais taxas para o turista estar em Jericoacoara. Atualmente já se paga uma taxa para entrar na Vila.
Nativos dizem ainda que o Parque Nacional tem como atrativos a Duna do Por do Sol, a Pedra Furada, a Árvore da Priguiça e a Vila de Jericoacoara, e que atrativos mais visitados estão no entorno, fora do parque, como a Lagoa Azul, Buraco Azul, Barrinha, Tatajuba, a rota dos passeios de Buggy, entre outros. A população teme que os atrativos do entorno também sejam impactados negativamente.
Os moradores denunciam ainda que com a privatização, os jumentos, que são nativos do parque e uma atração para os turistas, vão ser retirados do parque. Reclamaram ainda que na audiência pública em Jijoca foi vetada a ida de moradores, que foram ao site fazer a inscrição e não tinha mais vaga para participar, e que apenas uma minoria esteve presente.
A proposta é que, em 30 anos, seja investido o montante de R$ 1,2 bilhão na melhoria de infraestrutura e operação do Parque. A previsão é que, ainda no primeiro semestre de 2023, a gestão do Parque de Jericoacoara já esteja com a concessionária.
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