terça-feira, 18 de outubro de 2011

Deputados debatem gastos do Governo com Instituto Agropolos e dizem desconher sua ação em Acaraú, Itarema e Cruz

Na tarde da ultima terça-feira, 11/10, durante sessão plenária na Assembleia Legislativa, o deputado Augustinho Moreira (PV) criticou os “altos” investimentos direcionados pelo Governo do Estado ao Instituto Agropolos do Ceará, em resposta a afirmações do líder do Governo na Casa, deputado Antonio Carlos (PT). O petista teria dito que o instituto promove ações fundamentais de apoio ao desenvolvimento rural sustentável.

“Às vezes penso que Antonio Carlos tem medo de debater os assuntos. Eu gostaria apenas de conhecer e entender as ações daquele instituto. Porque vem acontecendo uma derrama de dinheiro. Só este ano, o órgão já recebeu, sucessivamente, R$ 5,6 milhões, R$ 3,6 milhões, R$ 7,2 milhões e isso é muito dinheiro. Esses gastos, transformados em Bolsa Família, em cesta básica ou em tratores, teriam muito mais futuro”, ressaltou Augustinho.

Para Augustinho, é preciso fazer provocações para que o instituto traga relatórios e investigue se as informações dadas são verdadeiras ou não. “Porque é dinheiro demais”, reafirmou.

O deputado disse ainda que, frente aos gastos com o Instituto Agropolos, ele “tem vergonha” de citar os investimentos do Governo na Santa Casa de Misericórdia por mês, pois somam apenas R$ 40 mil.

“Esse valor é para salvar vidas e para pagar as despesas do hospital. O governador não tem coragem de destinar uma verba significativa. Dias atrás, os médicos ensaiaram uma greve e não prosseguiram porque não viram perspectivas de conseguir melhorias”, lamentou.

Em resposta, Antonio Carlos disse que o órgão tem feito um “trabalho extraordinário” na regulamentação fundiária e os investimentos são direcionados à agricultura familiar. Também, segundo ele, as cobranças feitas sempre vêm no momento da tentativa do Governo em resolver os problemas em sua raiz. “As críticas aparecem quando a ação é feita para cobrir problemas sociais oriundos do passado do governo das elites”, concluiu.

O deputado Roberto Mesquita (PV) explicou que o Agropolos por ser uma organização social (OS) pode fazer contratos com o governo com dispensa de licitação e não precisa apresentar projetos específicos com quantitativos, podendo mostrar apenas um plano de trabalho. De acordo com ele, a prestação de contas não cai na análise rigorosa dos tribunais.

“Além disso, as metas não precisam ser atingidas. Pode-se fazer uma análise subjetiva do resultado das ações. São esses mecanismos que fazem com que o instituto sirva para aqueles que o governo quer prestigiar. Se fosse pela Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Ceará (Ematerce), por exemplo, o governador não poderia impor políticas como ele faz”, denunciou.

Por fim, o parlamentar registrou que não se vê a presença do Agropolos em qualquer distrito ou cidade e não se conhece sua ação na região dos municípios de Itapipoca, Amontada, Acaraú, Itarema e Cruz. “Só sei que existe um escritório em Amontada, mas não temos acesso a ele”, criticou.


Fonte: AL-CE

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