O município de Santana do Acaraú vive dias de tensão após a abertura de uma investigação policial envolvendo um servidor municipal suspeito de enviar mensagens de teor íntimo a uma adolescente de 12 anos. O caso veio à tona no início de novembro, quando a mãe da menina encontrou conversas consideradas suspeitas entre a filha e um perfil sem identificação nas redes sociais.
Segundo o relato da mãe, a desconfiança aumentou após ela escutar áudios enviados pelo homem e comparar detalhes presentes nas fotos usadas no perfil — como roupas e acessórios — com imagens do servidor em suas redes sociais pessoais. Diante das coincidências, ela concluiu que se tratava do mesmo indivíduo.
A mulher registrou um Boletim de Ocorrência no dia 6 de novembro. Antes disso, ainda no dia 4, ela havia tentado formalizar a denúncia, mas foi orientada por um policial a reunir mais provas e registrar capturas de tela das mensagens. Na segunda tentativa, ao retornar à delegacia, afirmou ter encontrado o suspeito dentro do prédio, o que aumentou a tensão. Horas depois, parte das imagens e conversas havia sido apagada, mas ela já havia salvado o material.
A Polícia Civil confirma que investiga a denúncia de crime contra a dignidade sexual envolvendo a adolescente. Entretanto, três semanas após o registro oficial, a mãe afirma não ter recebido atualizações sobre o andamento do caso e teme que a investigação seja abafada, pois acredita que o suspeito exerce influência no município.
A mãe também relatou que percebeu que o perfil utilizado nas conversas seguia outras meninas da mesma idade de sua filha, o que a levou a alertar outras famílias da cidade. Após tornar o caso público, ela passou a ser alvo de comentários maldosos e fofocas vindas de moradores que questionaram sua versão dos fatos.
A situação ganhou um novo capítulo no dia 25 de novembro, quando o servidor, identificado no Boletim de Ocorrência como Francisco Marcílio Gonçalves Tibúrcio, procurou a polícia para denunciar o pai da adolescente. Segundo ele, o homem teria ido até sua residência armado com um facão e o ameaçado de morte ao tomar conhecimento das conversas atribuídas ao suspeito.
O caso continua sob investigação, e a Polícia Civil afirma que segue apurando todos os elementos apresentados. Até o momento, não há conclusão oficial ou indiciamento, e todas as partes aguardam o avanço do processo.
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