Dois policiais foram absolvidos da acusação de tentativa de homicídio contra dez pescadores na comunidade do Curral Velho, no município de Acaraú, no Norte do Estado. O crime aconteceu em setembro de 2004. A sentença foi proferida nessa segunda-feira, 24. Os réus absolvidos são o delegado da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) Luciano Barreto Coutinho Benevides e o escrivão José Werbster Gonçalves de Sousa. Os jurados não reconheceram os crimes e absorveram os agentes, que já respondiam os crimes em liberdade.
De acordo com uma denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), os agentes teriam atacado as vítimas em um viveiro de camarão na comunidade de Curral Velho e no local teriam torturado e tentado matar a tiros os pescadores. No episódio, três pessoas foram atingidas pelos disparos, e outras relataram terem sido submetidas a agressões físicas e golpes de pau e cassetete. Com os agentes, foi apreendido com os agentes um arsenal de armas particulares e armamento pertencente ao Estado, incluindo pistolas, revólveres, espingardas, munição, coletes e algemas. Os policiais teriam agido a mando de uma empresa de pescados, que foi denunciada pela comunidade por provocar destruição do manguezal da região.
O ataque teria sido motivado pela resistência da comunidade à entrada de máquinas da empresa em uma área de mangue então interditada judicialmente e reconhecida como área de proteção ambiental. O episódio criminoso é considerado um dos conflitos socioambientais em virtude do avanço da carcinicultura no litoral cearense.
Um terceiro policial também está incluído no processo, mas teve o julgamento adiado diante do quadro de saúde. Ainda não há uma data para o julgamento do subtenente da Polícia Militar do Ceará (PMCE), José Roberto Lira da Silva.
O Povo
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