Vaqueiros de todo o Brasil e profissionais ligados à atividade reuniram-se, em Brasília, para mobilização a favor da vaquejada e da aprovação do Projeto de Lei Complementar 24/16, do deputado federal Capitão Augusto, que eleva o rodeio, a vaquejada, bem como as respectivas atividades, à condição de manifestação cultural nacional e de patrimônio cultural imaterial.
A mobilização foi organizada pela Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ) e a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Quarto de Milha (ABQM), que reuniram cerca de 10 mil pessoas em torno da Esplanada dos Ministérios.
A concentração dos vaqueiros começou às 22:00 horas de segunda-feira e até às 5:00 horas desta terça-feira, 25, quando ocorreu uma missa às 8:00 horas. O ato público em apoio à vaquejada contou ainda com uma “grande cavalgada” e finalizou com a participação de artistas.
De acordo com Jonatas Dantas, vice-presidente da ABVAQ, a mobilização vai mostrar que é possível legalizar a vaquejada e ainda proteger os animais e os profissionais.“Nosso objetivo é mostrar que realizamos uma vaquejada legal, sem maus tratos e cheias de regras que garantem a proteção dos animais e dos vaqueiros. Sem vaquejada, mais de 600 mil pessoas ficarão sem emprego”, disse.
Conforme dados da Associação Brasileira de Vaquejada, a atividade gera 700 mil empregos direitos e indiretos e movimenta mais de R$ 600 milhões por ano em cerca de 4 mil eventos pelo Brasil.
Prática ilegal
Em decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi derrubada a lei do Ceará que regulamenta as vaquejadas. No entendimento dos ministros, a prática não pode ser considerada apenas um esporte ou atividade cultural, mas uma forma de maus-tratos com os animais. A decisão foi aprovada por seis votos a cinco.
Por ser a mais alta corte do País, a decisão do STF pode ser o primeiro passo para que a prática, bastante comum em toda a região Nordeste, principalmente no Interior, seja banida em todo o Brasil. "Na verdade, são manifestações extremamente agressivas contra os animais", destacou a presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia. Durante a vaquejada, dois peões montados a cavalo tentam derrubar um boi pelo rabo.
Além da presidente do STF, os ministros Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Luís Roberto Barroso votaram contra a prática das vaquejadas. Em contrapartida, os ministros Edson Fachin, Gilmar Mendes, Teori Zavascki, Luis Fux e Dias Toffoli consideraram a prática importante e parte da cultura brasileira, além de também ser uma fonte de renda para os peões e suas famílias.
Diário do Nordeste
0 comentários:
Postar um comentário