quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Deputado Manoel Duca critica proibição de vaquejada no Ceará

O deputado Manoel Duca (PDT) criticou, durante o primeiro expediente da sessão plenária desta terça-feira, 11, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou ilegal a prática de vaquejada no Ceará. O parlamentar afirmou que o assunto merece ser revisto e adiantou que apresentará um requerimento na Casa para discutir a questão. No julgamento de quinta-feira passada, 06, que definiu a atividade das vaquejadas no Estado, foram seis votos a favor e cinco contra. “Para quem conhece a vaquejada, sabe que é um movimento que gera, por ano, mais de 14 mil empregos no Ceará, 700 mil diretos e indiretos no País e renda de R$ 700 milhões no Brasil", assinalou o parlamentar, com base em dados da Associação Brasileira de Vaquejada.

Manoel Duca afirmou acreditar que a decisão foi baseada no desconhecimento dos ministros que votaram favoráveis. “O boi é puxado, desequilibrado e cai na areia, não tem o rabo retorcido. Antes existia o choque, não tem mais, antes o boi era ferrado, não tem mais isso. Até a espora do vaqueiro não pode ser cortante”, enfatizou.

De acordo com o deputado, os maus-tratos ocorrem no caso de animais, como o jumento, usados para levar carga pesada em ladeiras e estradas do Sertão; o boi arado e aqueles abatidos com machados no Interior. “Nossos governantes do Nordeste têm que movimentar a bancada federal para haver uma revisão do Supremo”, pontuou.

A proibição da atividade, que é parte da cultura nordestina, segundo Manoel Duca, prejudicará famílias que trabalham nos eventos. “Quantas milhares de pessoas ficarão desempregadas? Durante as vaquejadas ocorrem atividades paralelas, como feira de comida típica. Essa proibição gerará desemprego para milhares de famílias. Manifesto-me aqui em nome de todos os adeptos da vaquejada no País, dos vaqueiros e donos de parque. Não posso alegar que foi injustiça, mas foi decisão sem conhecimento de causa”, pontuou. 

Em aparte, o deputado Fernando Hugo (PP) reforçou o debate. “Não sou frequentador assíduo de vaquejadas, mas, numa visão fria do que se tornou a prática no Nordeste, sendo proibitiva a produção dessa fenomenologia cultural, nós veremos desemprego. É uma pieguice muito grande, embora, no meu senso cristão, eu vislumbre que os animais devam ser bem tratados. Acredito que deva se efetuar um movimento respeitoso tentando legislar em nível federal uma adequação de texto para se ter um exercício legal, protetivo pela lei, das vaquejadas.”

AL/CE

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