segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Mãe de presa por morte de italiana reclama de racismo: "Fácil culpar neguinha"

A prisão da filha Mirian França de Mello (FOTO) revoltou Valdicéia França, de 63 anos. A mãe da presa suspeita de envolvimento na morte da italiana Gaia Molinari, no último dia 25 de dezembro, em Jericoacara, reclama de racismo e questiona a medida tomada pela polícia local.

Mirian viajava com Gaia pelo litoral cearense e foi presa na última segunda-feira (29). Ela cumpre prisão preventiva por 30 dias pelas contradições nos depoimentos, de acordo com a polícia. Angustiada e revoltada, Valdicéia França diz que ainda não conseguiu contato com a filha. 

"Tentei falar com ela por telefone, mas dizem que não podem passar a ligação ou recados. Os policiais viram uma neguinha, pobre, turista e ficou fácil colocar a culpa nela", reclamou a mãe em entrevista à "Folha de S. Paulo".

"Se fosse minha filha morta, será que a italiana estaria presa? É racismo. A delegada disse que vai manter minha filha presa até que ela colabore. O que significa isso? Querem forçar ela a confessar um crime que sei que nunca faria", emendou.

Valdicéia revelou que o último contato com a filha ocorreu no dia do Natal, quando Mirian relatou a morte de Gaia e disse que rezaria por ela. "Ela me disse: mãe, estou muito mal, uma amiga minha morreu. Ore por mim e pela alma dela. Eu vou agora em um centro espírita rezar por ela também", contou.

Amiga segue discurso da mãe

Colega do curso de Química na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e moradora do mesmo apartamento no Rio de Janeiro, Raquel Albuquerque disse que Mirian a relatou o sumiço de Gaia na véspera de Natal e repetiu o discurso de que a prisão da amiga foi por racismo. 

"Ela me disse que na véspera de Natal estava esperando a Gaia voltar para Jericoacara para irem até Canoa Quebrada, mas Gaia não apareceu, nem para jantar", relatou. "A prenderam por causa da cor da pele. A única coisa que pesa contra ela é o fato de ser negra. É uma discriminação", completou.

DO BLOG: A carioca não foi detida pela cor da pele, mais sim pelas suas contradições nos depoimentos. É fácil colocar a culpa no racismo.

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