“Queremos nos somar e não dividir. Queremos dialogar e não agredir. Não somos grileiros”. A frase está inserida em um comunicado emitido pela família de Iracema Correia São Tiago, empresária que apresentou uma escritura de propriedade sobre 73,5 hectares (ha) da área onde hoje está localizado na Praia de Jericoacoara, em Jijoca, distante 282 km de Fortaleza. A Vila de Jeri tem cerca de 55 hectares.A nota, que é assinada por Iracema Correia São Tiago e filhos, foi divulgada à imprensa nesta quarta-feira, 23.
O posicionamento da família ocorre um dia após o Conselho Comunitário de Jericoacoara publicar um vídeo nas redes sociais detalhando como a metragem dos terrenos foi feita. Conforme o post, a soma total da área dos três lotes adquiridos pela família é de 441,04 ha e as áreas correspondem a fazenda de plantio de caju Junco I, conhecida na região como “Firma Machado”.
Neste sentido, a família de Iracema justifica que a alteração na metragem da área dos terrenos se deve ao “avanço da tecnologia e ao aumento da precisão da medição e que os pontos de referência não mudaram: ao Norte com o Litoral/Terra de Marinha e ao Sul com o Córrego da Forquilha, no Travessão das Pedrinhas”.
O grupo também reforça que nunca pediu ao Instituto do Desenvolvimento Agrário (Idace) a totalidade das terras da fazenda Junco I, que se sobrepõe à Vila de Jericoacoara. “Desde que entendemos que tínhamos o direito de questionar a Arrecadação feita pelo Governo do Ceará, nossa condição para fazer isso era a de respeitar os terrenos legitimamente ocupados e titulados”, complementa.
A nota informa que a reivindicação é pela titularidade dos terrenos que não estão sendo ocupados e que não sejam de interesse do Governo do Estado do Ceará. Portanto, qualquer uso dos terrenos no futuro estarão de acordo com o Plano Diretor do Município, não existindo a possibilidade de causar “transtornos para a coletividade”.
A família revela ter interesse em participar do desenvolvimento de Jericoacoara e questiona: “Como tantas outras pessoas que estão aí, muitos de outros estados e do estrangeiro. Por que eles podem e nós, cearenses, não podemos?”.
A fim de embasar a argumentação, o comunicado apresenta a história de como a geração já tem participado do desenvolvimento da região desde a chegada de José Maria Machado, em 1979. A família menciona que a documentação sobre a titularidade do terreno foi aferida e comprovada pelos órgãos competentes em níveis estadual e federal.
Um ponto destacado pela família na "carta aberta aos moradores da Vila" é que o atual prefeito da cidade e o futuro gestor municipal foram procurados para conversar e esclarecer quaisquer dúvidas. O Conselho Comunitário, conforme o comunicado, também foram contatatos pelo mesmo motivo, contudo, o grupo não obteve retorno das partes supramencionadas.
“Pedimos ao povo de Jeri que não se deixe influenciar pela má fé de uma ou outra pessoa que queira, de fato, se apossar desses terrenos - como já fizeram anteriormente. São essas pessoas que estão desenvolvendo uma campanha para aterrorizar o jijoquense e nos difamar. Isso nós não podemos permitir”, pontua.
O Povo
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