sábado, 20 de julho de 2019

Justiça mantém prisão de médico após audiência de custódia em Itarema


A justiça manteve a prisão do médico e prefeito afastado de Uruburetama José Hilson Paiva, 70, suspeito de abuso sexual contra pacientes e filmar os crimes. Ele passou por uma audiência de custódia, neste sábado, 20, na Comarca de Itarema.

Ao sair da audiência de custódia, José Hilson Paiva declarou que os abusos sexuais registrados em vídeos feitos por ele mesmo durante consultas médicas eram relações em sua “maior parte consentidas”. O médico também pediu desculpas “ao país e ao mundo” e diz que “não sabe explicar” por que gravava os vídeos e cometia os atos.

A audiência de custódia não entrou no mérito dos crimes sexuais, mas a defesa de José Hilson pediu a prisão domiciliar alegando que ele tem problemas cardíacos e doença na próstata. A Justiça, porém, não aceitou a solicitação por ainda não haver anexado ao processo nenhum documento que comprove o estado de saúde do médico.

A defesa do prefeito afastado afirmou também que entrará com pedido de habeas corpus na próxima semana pedindo a soltura dele.

O médico e prefeito afastado é suspeito de cometer crimes sexuais contra, pelo menos, 17 mulheres. Ele começou a ser ouvido pelo juiz da cidade de Cruz, e que responde por Itarema, neste sábado, por volta das 11:30, e deixou o local cerca de 12:15 em direção a Fortaleza, onde ficará detido na Delegacia de Capturas.

A audiência foi realizada em Itarema devido o plantão judiciário da região ter sido na comarca neste sábado. O juiz de Itarema é o mesmo de Cruz, Dr. Tiago Dias Silva, o qual pediu a prisão preventiva do médico na última quinta-feira, 18. Também a um mandado de prisão pedido pelo juiz de Uruburetama.

A delegada de Cruz, Joseanna Oliveira, afirmou que, conforme as investigações, "às vezes ele deixava a câmera ligada e filmava a sala mesmo sem ter pacientes, era um hobby". O G1 teve acesso a 63 arquivos que mostram José Hilson atendendo pacientes em consultórios nas cidades de Uruburetama e Cruz.

"Ele fez registros não autorizados de pacientes, para se proteger de falsas denúncias de abuso, inicialmente com pacientes com que tinha alguma intimidade. Disse que se tornou vício e não conseguia mais parar de filmar. Nem a esposa dele tinha ciência", relatou Joseanna Oliveira, delegada do município de Cruz, onde o médico também fez vítimas.

Blog O Acaraú com informações
do G1 e TV Verdes Mares

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