Diversos peixes que, antes, poderiam ser encontrados na cidade, estão sendo trazidos de outros estados
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Pescadores de Fortaleza afirmam que não conseguem a mesma fartura de antes e explicam que, nos últimos dois anos, o cenário tem piorado |
Arabaiana, ariacó, beijupirá, biquara, cangulo, cioba, garoupa, guaiuba e mariquita são peixes que podiam ser encontrados por pescadores no litoral fortalezense com facilidade. Hoje, com o aumento da demanda, essas espécies chegam à mesa de grande parte dos consumidores vindas de diferentes municípios do Ceará e do Brasil. A nova realidade obriga os pescadores do Mucuripe a passar mais tempo no mar em busca do produto.
"A vida do pescador está difícil, é só para quem tem sangue no olho", afirma Francisco Ésio de Moraes, 43, enquanto trata uma lanceta numa mesa sobre a areia da Praia do Mucuripe. Francisco desbrava o mar desde os nove anos. Sustentou os cinco filhos por meio da pesca. Ele revela que a escassez de determinados peixes começou há 20 anos, aproximadamente.
Mas, nos últimos dois anos, os desafios enfrentados pelos pescadores vêm sendo maiores, diz.
Francisco Ésio de Moraes, apesar do pouco estudo, é bem didático ao explicar o porquê da escassez de peixes em nossa orla. "Antigamente, eram poucas embarcações. Hoje, é muita gente querendo pescar para vender. A população da cidade também cresceu. Mas o peixe não se acaba, só fica mais difícil de pegar. Todo pescador quer trazer o pão de cada dia, né?", argumenta.
Compra e venda
No Mercado dos Peixes, localizado no Mucuripe, até é possível encontrar as espécies citadas no início da matéria. A maioria, no entanto, conforme os proprietários dos boxes, vem de cidades cearenses como Acaraú, Camocim, Mundaú e Trairi, por exemplo. Há quem compre também peixes dos estados do Pará e Maranhão, o que deixa o pescado comercializado na cidade de Fortaleza mais caro.