Tem sonho que a gente carrega a vida inteira, desses que mesmo quando não são realizados chegam na memória com a vontade do que podia ter sido. Esse é o caso de José Francisco de Sousa, 42. O operador de máquinas, natural de Itarema, a 190km de Fortaleza, sempre cultivou em si a vontade de ser lutador. “Eu queria praticar o caratê e na minha época não tive oportunidade aqui onde a gente mora”.
No entanto, a chegada de uma academia de artes marciais na cidade foi o suficiente para que ele se aproximasse do esporte. Desta vez, por meio da filha. Com nove anos de idade e pouco mais de um ano na pratica do Karatê, Samilla Sousa realiza o sonho do pai e já guarda o título de campeã brasileira individual de katá e kumitê em sua categoria (2014), em competição da Confederação Nacional Esportiva de Karatê Interestilos. “Ele me incentivou a ir conhecer e eu gostei. Agora, eu adoro tudo no caratê”, conta Samilla.
Na manhã do último domingo, a jovem carateca fez uma participação na aula da educadora física e faixa preta em caratê, Renata Alves, 33. Na caravana do projeto Esporte na Minha Cidade, Samilla mostrou o talento e a precisão com a qual desenvolve os movimentos. Além disso, eles, pai e filha, fizeram uma homenagem para a professora do projeto e a presentearam com uma medalha.
A menina já está na faixa vermelha e conta que se sente feliz com as vitórias que vêm conquistando. Tímida, ela diz que fica um pouco envergonhada quando as pessoas a reconhecem nas ruas de Itarema e até pedem pra tirar fotos. Já o pai traz o orgulho e paixão pela filha estampado no rosto. E não só. Ele tem bolsas, camisas, toalhas e até garrafas com a foto de Samilla. “Eu corro feito um doido atrás de patrocínio pra ela. Viajamos para os locais, às vezes por conta própria. Mobilizo as pessoas, fazemos bingo, não só pra ela, mas para os outros meninos da academia que ela participa”, conta Francisco Sousa, emocionado. “Eu faço e vou fazer tudo o que eu puder por ela”.
Unidos pelo sangue e pelo amor ao esporte, pai e filha agora também são cúmplices do mesmo sonho. A atleta diz que no futuro quer ser dentista, faixa-preta e professora de caratê. Em entrevista ao O POVO, ao ser questionada sobre as lições que o esporte trouxe, Samilla é categórica: “Tem que treinar muito e nunca desistir!”.
O Povo
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