Uma situação no Parque Nacional (Parna) de Jericoacoara, localizado nos municípios de Cruz, Jijoca de Jericoacoara e Camocim e administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), tem chamado a atenção de moradores e trabalhadores que atuam no local. Conforme fonte ouvida pelo OPINIÃO CE, o ICMbio não permitiu, anteriormente, a presença de objetos de trabalho como barracas de pesca e de venda, com a explicação de que são “prejudiciais ao meio ambiente”. No entanto, um espaço foi construído pela própria gestão do Parna e causou revolta nos moradores e trabalhadores que atuam na unidade.
No início deste ano, foi finalizada a obra de um contêiner de “ponte de apoio ao kite”, anunciado pela própria gestão do Parna, por meio das redes sociais, na Praia do Preá, no município de Cruz. Segundo a gestão, este é o primeiro de três espaços que serão construídos com esse intuito.
Rodrigo Tafarel, morador de Jijoca de Jericoacoara, trabalha como guia turístico e bugueiro há mais de 20 anos. Segundo ele, o ICMBio proibiu os pescadores e vendedores de permanecerem com seus objetos de trabalho na área compreendida pelo Parque Nacional. As atividades de pesca, como explicou o bugueiro, ocorrem no espaço desde a década de 1980. Atualmente, no entanto, tais profissionais da pesca não podem reformar suas barracas de praia. Ainda conforme o guia turístico, o instituto afirma que os objetos são “prejudiciais ao meio ambiente”.
A reivindicação acerca da presença do contêiner, apesar da política de preservação do meio ambiente, conforme Rodrigo, parte de “todos que moram e trabalham na delimitação do Parque”. “A reclamação é a mesma, de todo o pessoal de Preá, Jijoca e Guriú”, disse. De acordo com o morador do município do Litoral Norte, um promotor se reunirá com os denunciantes na próxima segunda-feira (15), no qual vai judicializar a denúncia junto ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), que deve encaminhar a ação ao Ministério Público Federal (MPF).
Segundo Tafarel, o objetivo é “esclarecer porque o pescador não pode reformar os seus objetos e uma empresa de fora pode”. Segundo ele, tanto o ICMBio como a gestão local do Parna, permaneceram “calados”. “Até agora, não deram nenhuma justificativa, ninguém apareceu”, afirmou. O OPINIÃO CE entrou em contato com o ICMBio, mas ainda não houve retorno.
Opinião CE
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