terça-feira, 9 de janeiro de 2024

DNOCS, que deveria combater a seca está construindo asfalto


Um dos mais antigos organismos públicos brasileiros, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dncos) corre o risco de passar por um processo de extinção biológica – embora isso possa parecer uma maluquice.  Diz-se isso porque a autarquia, que chegou a ter 14 mil servidores, hoje se contenta com 350 – 5% do máximo de funcionários que teve no passado.

Com sede em Fortaleza, representação em Brasília, e escritório em todas as capitais do Nordeste, o Dnocs foi criado em 21 de outubro de 1909. Além da redução de seu quadro funcional, a autarquia convive com a possibilidade de perder ainda mais pessoal, pois boa parte do seu quadro é de servidores já com tempo de serviço e contribuição previdenciária para se aposentar.

Sob o ponto de vista prático, o Dnocs até funciona, mas com risco de deixar de existir pelo esvaziamento de seus quadros funcionais.

Esse negócio de fazer estrada vicinal, asfaltamento de rodovias e vias urbanas, além do calçamento em vias públicas não parece ser só uma invenção piauiense das secretarias estaduais  criada pelo ex-governador Wellington Dias. Em nível federal, após a Codevasf também se transformar numa empresa pública fazedora de obras, agora é o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dncos) que está atuando nesse setor.

Na semana passada foram iniciadas as obras de pavimentação nos municípios de Acaraú e Itarema, no interior do Ceará, promovidas pelo Dnocs.

Com um investimento total de 8,5 milhões de reais, o projeto prevê a pavimentação de 16 km de estrada entre os povoados de Aroeira , em Acaraú, e Baixinha, em Itarema. Os recursos foram oriundos de emenda parlamentar do Deputado Federal Robério Monteiro (PDT/CE).

A autarquia federal que deveria combater as secas  vai fazer a pavimentação da cidade de Ouro Branco, em Alagoas. Segundo a assessoria de comunicação do Dnocs o serviço é considerado a maior obra asfáltica do município, pois deve proporcionar acessibilidade aos demais municípios da zona rural.

A obra terá um investimento em torno de R$ 24 milhões. O município deve pavimentar 14 km do trecho alagoano AL-130, estrada vicinal que interliga a localidade à comunidades em Pernambuco. Um dos padrinhos da obra é o presidente da Câmara, Arthur Lira, do PP.

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