sexta-feira, 1 de junho de 2012

Pescadores voltam ao mar após fim do defeso da Lagosta e Barco é apreendido em Itarema


Desde 1º de dezembro do ano passado, a captura do crustáceo estava proibida em todo o Estado do Ceará


Após seis meses de defeso da lagosta, pescadores do Ceará comemoram o término do período. Ontem, muitos aguardavam ansiosos a hora de poder voltar ao mar para pescar o crustáceo. Por conta do longo tempo parado, a expectativa de uma boa produção era grande. O defeso teve início em 1º de dezembro e terminou à meia-noite de hoje.



Durante o "jejum", para que não ficassem desassistidos, os pescadores receberam do Ministério da Pesca um salário mínimo através do Seguro-Defeso. O pescador Valdomiro Santos, de 34 anos, que passou os seis meses parado recebendo o benefício, garante que não teve prejuízo. Ontem, ele era um dos que aguardavam a liberação da pescar para "rasgar" para o mar.

De acordo com a Colônia de Pescadores Z-8, em torno de 50 embarcações motorizadas, também chamadas artesanais, partiram, ainda de madrugada, de Fortaleza para alto-mar. O mesmo ocorreu em todo o Estado. Durante o período que estiveram parados, muitos pescadores aproveitaram para fazer reparos na embarcação, para que o retorno às funções ocorresse de forma tranquila, sem problemas.

Revisão de motores, da parte elétrica, manutenção da casca e pintura foram alguns dos reparos feitos. Aureliano Melo do Rosário, 62, que começou a trabalhar no mar com 15 anos, comenta que é grande o gasto com a manutenção da embarcação.

Expectativa

No seu caso, como o barco que trabalha tem capacidade para 20 toneladas, ele não recebeu o benefício do Ministério da Pesca. Para se manter durante o período do defeso teve de pescar peixe. "A gente fica ansioso, pedindo a Deus que venha uma boa produção", confessa.

O pescador afirma que a situação está ruim e o crustáceo cada vez mais escasso. Ele lembra que, quando era garoto, a lagosta era abundante. Hoje, no entanto, estima que tenha reduzido cerca de 40%. Prova disso são as várias empresas que declararam falência nos últimos anos.

Para Aureliano, o problema maior é a pesca com caçoeira e compressor. "Se todo mundo trabalhasse com manzuá a produção seria boa, mas 10% é manzuá e o resto é todo caçoeira, aí não tem condições", lamenta. O pescador se queixa, ainda, do baixo valor pago pela lagosta. Há seis anos era pago R$ 120,00 pelo quilo, hoje R$ 38,00.

750 quilos de lagosta foram apreendidos pelo Ibama

O balanço do trabalho de fiscalização feito no Ceará, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), durante os seis meses de defeso, foi de apreensão de 750 quilos de lagosta e seis barcos que pescavam utilizando compressores. Um deles, inclusive, foi flagrado com marambaia, equipamento ilegal de pesca. De acordo com o órgão, a sexta embarcação foi apreendida ontem, em Itarema, litoral de Camocim.

Rolfran Cacho Ribeiro, chefe da fiscalização do Ibama, disse que os pescadores se anteciparam e foram para o mar antes do término do defeso, mas não esperavam que o Ibama estivesse com uma embarcação no local. Os cinco pescadores foram levados para a Polícia Federal e cada um terá de responder processo. Além disso, o dono do barco terá de pagar multa de R$ 20 mil.

O número de apreensões poderia ser muito maior. O problema é que o Ibama conta com apenas uma embarcação para fiscalizar os 573 Km da costa cearense. O Estado conta com 1.974 embarcações de lagosta autorizados pelo Ministério da Pesca. Hoje e amanhã, os fiscais estarão avaliando o estoque das empresas para evitar que chegue lagosta no início da liberação do defeso.

Apreensões

6 embarcações, que pescavam utilizando compressores, foram apreendidas durante o defeso. Uma delas, inclusive, com marambaia, equipamento ilegal.



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