Terminou o período da procriação da lagosta no Ceará, quando a pesca é proibida. Pesca e comércio ilegais continuam sendo alvos da fiscalização do Ibama, do Instituto Chico Mendes e da Polícia Ambiental
Fim de tarde, as embarcações partem do porto do Acaraú para alto-mar em busca do pescado. Os itens mais apreciados da região são camarões e lagostas |
Desde ontem pescadores de todo o Estado estão liberados para a pesca da lagosta. Mesmo com o fim do período do defeso, iniciado em dezembro, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Companhia de Polícia Militar Ambiental (CPMA) prometem continuar as fiscalizações.
Na tarde da última quinta-feira, funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e policiais da CPMA prenderam quatro pescadores que se anteciparam ao fim do defeso na Reserva Extrativista da Prainha do Canto Verde, em Beberibe. Foram apreendidos 40 quilos de lagosta e aplicada multa de R$ 20 mil.
O chefe-substituto de fiscalização do Ibama, Carlito Matos, explica que as operações vão ser feitas no mar e na terra. Conforme detalha, somente barcos licenciados pelo Ministério da Pesca podem fornecer lagosta para o comércio. Além disso, barracas, peixarias e empresas exportadoras precisam apresentar declaração de origem do crustáceo. Segundo o Ibama, a frota licenciada no Ceará é de aproximadamente 1.900 barcos.
Apenas a pesca com manzuá (espécie de engradado artesanal) é permitida. “Com o manzuá, a lagosta sobe viva. Com a caçoeira e com o compressor elas sobem mortas”, diferencia João Cláudio Rodrigues, pescador e assessor da Secretaria Estadual da Pesca e Aquicultura. Ainda segundo o Ibama, também é ilegal a captura de lagosta verde com tamanho inferior a 11 cm e de lagosta vermelha menor que 13 cm.
Sair para pescar
Em Acaraú, no Litoral Oeste, “todo mundo já foi para o mar”, conta Luziara Rocha, presidente da Colônia Z-2. Mas antes as embarcações foram abençoadas, na missa realizada no último domingo.
A presidente da colônia conta que há sempre quem desrespeite o defeso, mas a maioria segue a proibição. Segundo ela, isso se deve ao ano “fraco” de pesca em 2011 e à fiscalização em terra e mar do Ibama. “Esse ano os pescadores deixaram procriar mais. Parece que vai ter melhoria”, torce.
Em Camocim, a maior parte da produção vem das canoas com velas, embarcação típica da região. “São poucos os que pescam. Poucas embarcações são motorizadas e os apetrechos são caros”, explica Francisco Xavier Filho, presidente da Colônia Z-1. Segundo ele, as canoas são com até 100 mazuás e tudo é “puxado na mão mesmo”.
ENTENDA A NOTÍCIA
São aproximadamente 40 fiscais do Ibama no Estado. O órgão evita divulgar mais detalhes para não antecipar informações para pescadores ilegais. As ações são feitas em parceria com a Policia Ambiental.
Fonte: O Povo
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