segunda-feira, 3 de abril de 2023

Rompimento entre prefeitos e vices nas cidades cearenses deve modificar cenário das eleições de 2024


Segundo maior colégio eleitoral do Ceará, Caucaia é administrada, desde 2021, pelo prefeito Vitor Valim (sem partido) e pelo vice Deuzinho Filho (União). Contudo, ao contrário do início da gestão, agora os dois são adversários políticos. E devem, inclusive, estar em lados opostos na eleição municipal de 2024.

Apesar do rompimento não ser confirmado por nenhum deles, o afastamento político é uma realidade e deve ser um dos principais elementos da disputa eleitoral na cidade para 2024. Próximo do Governo do Estado, Valim deve tentar a reeleição, enquanto Deuzinho, ligado a Capitão Wagner (União), já se coloca como pré-candidato.

A professora de Teoria Política da Universidade Estadual do Ceará aponta que, para a disputa eleitoral, o resultado do "racha" entre prefeito e vice é o aumento da competitividade nas urnas. "Dado o caráter de fragmentação e de diferentes forças disputando o eleitorado", justifica Monalisa Torres.

Esta fragmentação já é vista em Itapipoca, na região Norte do estado. A vice-prefeita Dra. Jocélia explica que, apesar de ainda não ter iniciado uma movimentação, vem sendo "muito cobrada" sobre uma possível candidatura à prefeita. Ela mesma admite que é a "mais provável candidata da oposição" e tem, inclusive, conversado com ex-prefeitos da cidade sobre a disputa eleitoral de 2024.

O cenário não é tão diferente daquele enfrentado em 2020, quando ela também esteve na chapa que enfrentou o então prefeito da cidade, João Barroso. A diferença é que, se for confirmada como nome de oposição, Jocélia irá enfrentar o antigo companheiro de chapa e atual prefeito de Itapipoca, Felipe Pinheiro (PT).

O rompimento, segundo a vice-prefeita, foi uma iniciativa do próprio prefeito. "Pensei que íamos tomar um café, mas ele disse que tinha tomado uma decisão e que era a nossa ruptura", relembra.

Após a conversa, em maio de 2022, as pessoas ligadas a ela na gestão foram desligadas. Apesar de admitir que, antes disso, houvesse divergências políticas entre ela e o Pinheiro, Dra. Jocélia afirma que o prefeito não disse o motivo para o rompimento.

Apesar de ter sido eleito vice-prefeito de Acaraú em 2020 junto com a prefeita Ana Flávia Monteiro (PSB), Mano da Melancia estará na chapa adversária em 2024. O rompimento com a prefeita e com o deputado federal Robério Monteiro (PDT) – apontado como o líder do grupo político e com grande influência sobre as decisões na prefeitura – ocorreu em outubro de 2022, mas os desgastes vinham de antes.

A principal crítica do vice é sobre os acordos: "Não se cumpriu nada", reforça. A atuação da prefeitura também é criticada pelo prefeito, em diferentes áreas do município. "A educação e saúde estão em caos. (O abastecimento de) Água nas comunidades, não ajeitou nada", ressalta.

Mano ressalta ainda que, quanto às alianças, "se a pessoas puder dar trabalho politicamente", acaba sendo isolada. "Não dá oportunidade".

A falta de trato acabou impactando também na relação com o Legislativo, onde três vereadores anunciaram o rompimento com o Executivo municipal. Inclusive, o presidente da Câmara Municipal, Jarbas Nascimento, e o vice-presidente, Paulo Rocha.

O prefeito de Itapipoca, Felipe Pinheiro, e a prefeita de Acaraú, Ana Flávia Monteiro, foram contactados pelo Diário do Nordeste, mas não houve resposta até a publicação dessa reportagem.

Em Aracati, o prefeito Bismarck Maia (PDT) e a vice, Denise Menezes (PT), também romperam. Em junho do ano passado, a crise chegou a gerar uma troca de acusações entre a vice-prefeita e o secretário da Casa Civil e filho do prefeito, Guilherme Bismarck.

Com informações do Diário do Nordeste

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