terça-feira, 16 de agosto de 2011

GOVERNO DILMA: Não acredito que seja hora de uma reforma ministerial, avalia deputado Anibal Gomes



A presidente Dilma Rousseff (PT) poderá ser obrigada a antecipar a reforma ministerial, prevista para o fim do ano, devido às contínuas denúncias contra os integrantes do seu governo. Três ministros já caíram, outros oito estão na "berlinda" e a reforma, que estava prevista para o final de 2011 ou início de 2012, com as possíveis saídas de ministros para a disputa nas eleições municipais do ano que vem, deve ser antecipada em no mínimo quatro meses.

Esta é a opinião de parlamentares e cientistas políticos em Brasília. A avaliação é de que a atual crise no governo e a queda de popularidade da presidente Dilma é resultado de uma "herança maldita" deixada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Eu acho que a reforma ministerial já estava nos planos mais ou menos na virada do ano. No fim do ano ela se livraria da herança maldita do ex-presidente Lula, com ministros de baixo desempenho e alguns com denúncias pesando contra eles. Agora passou do ponto e está fugindo do controle da presidente. Ela está sendo levada a fazer a reforma tocada pela Polícia e por ações que fogem do seu controle", avaliou o cientista político Paulo Kramer, professor da Universidade de Brasília (UnB).

Segundo ele, esta crise está tornando a presidente cada dia mais "refém" do seu antecessor. "Devemos lembrar que a presidente não tem um histórico político. Ela não tem a quem recorrer e isso a torna ainda mais dependente do ex-presidente Lula". Kramer considera que pegou mal para Dilma sua reação contra a ação da Polícia Federal no caso do Ministério do Turismo. "Não ficou claro se a presidente se indignou com a ação da Polícia, que foi ostensiva e usou algemas, ou se ela ficou descontente por ter pedido o controle da ação o que causou desgaste com sua base política".

Bancada

Apesar de ser esperada pela maioria dos atores do cenário político da Capital Federal, para a bancada cearense, constituída em sua grande maioria por parlamentares governistas, a reforma ministerial não é necessária e a imagem da presidente Dilma não está desgastada pelos escândalos.

Segundo o deputado Danilo Forte (PMDB-CE) a queda da aprovação ao governo Dilma, apontada na pesquisa CNI/Ibope, divulgada na última semana, se deve principalmente ao arrocho econômico imposto pela presidente desde o início de seu mandato.

"Eu acho que a reserva corresponde muito mais à questão econômica. A opção pelo arrocho fiscal. A opção por segurar as liberações orçamentárias. A diminuição dos investimentos do governo federal desencadearam a paralisação de setores importantes da economia, gerando desemprego", diz.

Segundo Danilo, os problemas do governo decorrem mais da questão econômica do que política, "mas é lógico que a turbulência com a troca de ministros também causou impacto, mas para o povão mesmo o problema foram as medidas econômicas", observa.

Para o deputado Anibal Gomes (PMDB-CE) "é triste saber o que está havendo. Este problema, se tem corrupção, irregularidade, tem que ser apurado. Mas eu vejo um exagero em todas as denúncias. Na questão do Turismo, por exemplo, deve ter no máximo uns seis culpados, o que não representa todo mundo do Ministério, mas depois destas denúncias fica difícil uma pessoa se reerguer," avalia.

Aníbal entende que a "corrupção e irregularidades acontecem em qualquer lugar do mundo" e não é isso que vai desestabilizar o governo da presidente Dilma.


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