quinta-feira, 21 de março de 2024

Com pesca do atum concentrada em Acaraú e Itarema, perdas devido a área restrita chegam a 5mi


Principal exportador de pescados do País, o Ceará enfrenta alguns entraves na captura do atum que podem ameaçar o protagonismo do Estado. Isso porque na área onde atualmente é permitida a pesca do peixe, de 12 milhas (19,3 km de mar), não há a circulação do animal, defende entidade que representa os pescadores, Associação de Armadores e Proprietários de Barcos do Estado do Ceará (Qualipesc).

Que a área de 12 milhas que é liberada para a pesca do atum compreende o chamado mar territorial, parte do oceano que é considerada território soberano do estado. Que o limite é um equívoco, porque o atum é encontrado acima de 200 milhas. O limite é estabelecido pela Comissão Internacional para Conservação do Atum Atlântico (Iccat), já que o atum é um peixe migratório.

As perdas para o setor com a limitação de área giram em torno de R$ 5 milhões. A pesca do atum é concentrada em Acaraú e Itarema. São municípios que dependem fortemente da atividade, que movimenta cerca de 80% da economia dos municípios.

O entrave tem gerado multas para as embarcações. No ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) identificou no Ceará a pesca irregular de 490 toneladas de atum no Ceará. A principal irregularidade apontada foi a explica em área não permitida.


Mas a situação não é o único problema que o setor pesqueiro de atum vem enfrentando no Ceará. Isso porque, com apenas uma indústria compradora do peixe, os preços estão muito abaixo do ideal. O reajuste que teve foi ano passado, este ano informaram que iria aumentar e diminuiu. Hoje, o atum é vendido em torno de R$ 8/kg.

Comparando, o valor do quilo do produto ao preço da lata de atum em conserva vendida nos supermercados. O produto custa em torno de R$ 10, mas o conteúdo da lata não chega a 200g. Para driblar o problema, o setor revela que tem buscado novos parceiros comerciais para a compra do produto.

Outra problemática enfrentada, é a regularização da frota, composta hoje por quase 200 embarcações, entre licenciadas e não-licenciadas.

Diário do Nordeste

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