O Assentamento Diamante, no município de Marco, com cerca de 50 famílias, onde se planta, em sua maioria, milho, feijão e mandioca, também tem no cultivo de caju, uma forte fonte de renda que mobiliza a agricultura familiar. Na área do assentamento, pouco mais de 200 hectares são reservados diretamente ao cultivo do cajueiro gigante, característico do Nordeste do País.
Um pequeno grupo de moradores se reuniram para aprender a técnica da enxertia, que promove o melhoramento da genética vegetal, com a substituição da copa da antiga árvore, pela espécie anão precoce, o que muda completamente a forma de cultivo do caju na região, quando o agricultor passa a ter o clone de uma linhagem considerada melhor, em termos produtivos, aproveitando o sistema de raízes de uma planta de idade avançada, de difícil acesso aos frutos e pouco produtiva.
"Esse curso de enxertia tem ajudado a renovar a forma de cultivo do caju. O cajueiro anão precoce é bem mais prático de manejo e aproveitamento dos frutos. Como todos daqui, eu lido com o cultivo de caju desde muito jovem, mas ainda não conhecia essa técnica", revela o agricultor Antônio Cordeiro, ao fazer seu primeiro enxerto.
O curso é ministrado pelo também agricultor Antônio Mendes Sousa, da localidade de Aroeiras, em Cruz. O trabalho é simples: com ajuda de uma faca, parte do tronco escolhido recebe galhos jovens da planta a ser enxertada, aproveitando, assim, todo o sistema de raízes que vai ajudar no desenvolvimento da nova copa. "O objetivo é repassar essa técnica para que mudança alcance a todo os produtores familiares de Marco. A enxertia realizada agora, entre o fim de setembro e início de outubro, dará resultados a partir dos meses de junho e julho, com a floração da nova espécie", explica o agricultor.
O trabalho de campo no município de Marco tem acompanhamento de uma equipe do Escritório Regional Norte do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Sebrae-CE), que articula a implementação de novas tecnologias para o aumento da produtividade na cajucultura. O trabalho está em fase inicial, com cerca de quatro meses de atividades. Ainda serão necessários mais seis meses de acompanhamento, para que no próximo ano, seja iniciada a fase de cultivo, beneficiamento e elaboração de estratégias de mercado, criando uma cadeia, até o retorno financeiro ao produtor.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), juntamente com Marco, Acaraú, Morrinhos, Bela Cruz, Santana do Acaraú e Cruz respondem por 30% da produção estadual, o que representa uma renda total de R$ 10 milhões.
O Acaraú com Informações do Diário do Nordeste
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