Desde a morte da italiana Gaia Molinari, três pessoas foram presas ou detidas. Todas foram liberadas. Caso já passou por cinco delegados
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Gaia Molinari estava em Jijoca de Jericoacoara e foi encontrada morta no dia 25 de dezembro de 2014 |
O assassinato da turista italiana Gaia Barbara Molinari, 29, completa amanhã dois anos sem que as investigações sobre o caso tenham um desfecho. Neste intervalo, o crime repercutiu internacionalmente e se tornou sinônimo de impunidade, chamando atenção pelas prisões questionáveis realizadas pela Polícia Civil. Das três principais pessoas apontadas como suspeitas do crime, nenhuma teve a participação comprovada no homicídio, que permanece sem autoria identificada.
Na última terça-feira, 20, O POVO procurou a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) para saber dos avanços do inquérito, que já passou pelas mãos de cinco delegados e por quatro delegacias. Entretanto, por meio de nota, a Polícia Civil informou apenas que “as investigações seguem em andamento”. Atualmente, o caso está com o Departamento de Polícia Especializada (DPE), dirigido por Romel Kerth.
Gaia
Gaia era relações públicas de uma multinacional francesa. Residia em Paris, mas era natural de Piacentina, uma província localizada no Norte da Itália. Desembarcou em Fortaleza em 16 de dezembro e se hospedou numa pousada, no Centro, a convite de um amigo. No local, conheceu a carioca Mirian França, com quem viajou até Jijoca de Jericoacoara, no Litoral Oeste. A previsão de retorno das duas era 24 de dezembro. A italiana permaneceria na Capital e Mirian seguiria para Canoa Quebrada, no Litoral Leste. Porém, apenas a carioca embarcou no ônibus.
Na manhã do dia 25 de dezembro, Gaia foi encontrada morta, com sinais de estrangulamento, na localidade de Serrote, próximo à trilha que dá acesso à Pedra Furada.
Prisões
Mais de 50 pessoas foram ouvidas no inquérito sobre a morte. A primeira pessoa a ser detida foi um homem natural de Jijoca, com deficiência. Ele foi trazido até Fortaleza para realizar exames e foi liberado em seguida. Na ocasião, a Polícia Militar justificou que havia a possibilidade de linchamento do suspeito por parte da população, motivo pelo qual ele foi detido para averiguação.
Em seguida, Mirian França, que inicialmente foi ouvida como testemunha, teve a prisão decretada. Ela teria apresentado versões contraditórias sobre o dia do crime. Mirian permaneceu presa por 15 dias e foi solta após pressão e defesa exercidas por representantes dos Direitos Humanos.
No último mês de março, o sobralense Douglas Sousa foi capturado. Ele trabalhava no hotel ao lado do estabelecimento onde Gaia estava hospedada e permaneceu 44 dias preso. Quando ele foi solto, a Polícia Civil informou que ele continuava suspeito do crime.
O Povo
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