Texto, que é idêntico ao que já fora vetado pela presidente Dilma, autoriza a criação de mais de 200 municípios
O Senado aprovou, ontem, projeto que abre caminho para a criação de pelo menos mais 200 novos
municípios no País. A proposta estabelece regras mais rígidas para que as cidades sejam criadas, mas
estimula fusões e incorporações ao permitir que aquelas que se aglutinarem recebam o Fundo de
Participação dos Municípios (FPM) até 12 anos após serem criadas.
O projeto segue para votação na Câmara Federal. É a terceira vez que o Congresso tenta emplacar a
proposta, vetada por duas vezes pela presidente Dilma Rousseff (PT) em 2013 e 2014. A versão
aprovada ontem no Senado é idêntica à vetada por Dilma no ano passado.
O governo é contrário à matéria por considerar que a criação de novas cidades poderá trazer impactos
aos cofres públicos, não estimados oficialmente pela equipe econômica.
Apesar das resistências do
Palácio do Planalto, o texto foi aprovado com o apoio de 57 senadores. Somente nove votaram contra
o projeto.
O texto prevê uma "regra de transição" para que, a partir do 13º ano, os novos municípios tenham 10
anos para começarem a receber gradativamente a nova cota do FPM. Até lá, mantém o repasse
normalmente, embora as regras do fundo determinem que a nova cidade receba menos do que a
soma repassada aos dois municípios originais.
"Esse projeto é inadequado para o momento que o Brasil está vivendo, para a situação que o País vive
hoje", reagiu o senador Randolfe Rodrigues (PSOLAP).
Relator do projeto, Valdir Raupp (PMDBRO) disse que não haverá impactos diretos à União porque os recursos que abastecem as cidades virão do FPM e do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
"Não é justo que um distrito a 300 km da sede do município não possa ter vida própria. Não vai gerar
um centavo para a União".
O projeto determina que os municípios sejam criados preferencialmente nas regiões Norte e Nordeste.
O texto estabelece que tanto os novos municípios quanto os que irão perder habitantes devem ter,
após a criação, população mínima de 20 mil habitantes nas regiões Sudeste e Sul, de 12 mil na região
Nordeste e de seis mil nas regiões Norte e Centro Oeste. As novas cidades não podem ficar em áreas
de reserva indígena, de preservação ambiental ou pertencentes à União e autarquias.
DN
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