Em tom inflamado, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, mirou na manhã desta sexta-feira (15), em seu discurso de defesa de Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, segundo ele, promoveu um ato "nulo" e "viciado" ao autorizar a tramitação do impeachment.
"Esse processo de impeachment, se aprovado por essa Casa, provocará uma ruptura institucional e uma violência sem par. (...) Esse processo teve início em um ato viciado, um ato nulo, um ato do presidente da Casa, em retaliação ao fato de o PT ter negado votos contra a abertura ao seu processo de cassação pelo Conselho de Ética. Essa retaliação viciou esse ato", discursou Cardozo, sob aplausos de petistas e governistas.
O advogado-geral chegou a ironizar um dos pontos do relatório contra Dilma, que cita conversa dela com o então secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, como indicativo de ciência da presidente de irregularidades. "Ó diálogo sinistro, capaz de violentar uma Constituição", disse o ministro.
"Eu quero concluir dizendo que é evidente que dentro desses fatos denunciados não há ilícito, não há dolo, e se essa Casa vier a seguir outro caminho, estará revelando um descompromisso profundo com a democracia. (...) Peço a rejeição da denúncia em nome da senhora presidenta da República, na defesa de seu mandado, na defesa do direito, na defesa da democracia, e na defesa do povo brasileiro, que merece respeito, que merece que seu voto seja respeitado."
O fim da fala foi acompanhada de gritos de "não vai ter golpe"
Agências
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