domingo, 6 de dezembro de 2015

Cruz e Jijoca de Jericoacoara registram casos suspeitos de microcefalia

O Ceará já contabiliza 41 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus da zika durante 2015, conforme boletim epidemiológico divulgado na noite de ontem pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Desse número, apenas uma ocorrência foi confirmada até agora, que resultou no óbito de uma criança em Tejuçuoca. O boletim anterior, do dia 30 de novembro, dava conta de 25 notificações da anomalia.

Os 41 casos foram registrados em 20 municípios espalhados em diversas regiões cearenses. Desses, 13 estão entre as localidades com incidências de dengue mais preocupantes, também de acordo com a Sesa. A dengue e o zika vírus dividem o mesmo mosquito transmissor, o Aedes aegypti.

O único caso confirmado, em Tejuçuoca, já havia sido divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 28 de novembro, após exames em um bebê com microcefalia e outras malformações congênitas. Segundo o órgão federal, foi identificada a presença do vírus zika em amostras de sangue e tecidos da recém-nascida, que veio a óbito. O Ministério apontou ainda, em análise inicial, que o risco de infecção do feto está associado aos três primeiros meses de gravidez.

Conforme a Sesa, 38 dos casos de microcefalia relacionada ao zika vírus foram notificados em recém-nascidos, enquanto três foram percebidos de forma intrauterina.

Brasil

O óbito confirmado no Ceará foi um dos sete até agora colocados sob suspeita de responsabilidade do zika vírus no Brasil. Piauí e Rio Grande do Norte são as outras unidades federativas com vítimas fatais da microcefalia. Até o dia 28 de novembro, o País enumerava 1.248 ocorrências da anomalia relacionadas ao vírus zika, em 14 estados. Entre eles, além dos já citados, estão Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Tocantins e Rio de Janeiro.

Por conta da alta incidência anômala de casos de microcefalia, o Governo Federal declarou estado de emergência em saúde pública. Nos cinco anos anteriores, a média de casos da anomalia em todo o País foi de 156 casos. Com a confirmação da relação entre o desenvolvimento da microcefalia com a infecção pelo zika vírus, a principal recomendação é intensificar ainda mais o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor não só apenas do zika vírus, como da dengue e da febre chikungunya.

Além das medidas já amplamente divulgadas, no sentido de evitar o acúmulo de água parada, local onde o inseto deposita seus ovos, recomenda-se às gestantes o uso de repelentes.

"Evita-se medicamentos, principalmente nos primeiros meses de da gestação. Mas existem repelentes à base de citronela, por exemplo, que possuem composição mais próxima ao natural. Contudo, o risco de exposição ao zika vírus é maior que ao de um repelente. Então, nesse momento, vale mais a pena se proteger do mosquito", afirma o obstetra, especialista em Reprodução e doutor em Ciências Médicas, Marcelo Cavalcante.

Diario do Nordeste

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