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Mr. Bratton, o homem da “Tolerância Zero” |
O advogado Irapuan Diniz Aguiar, escreveu uma nota ao blog do jornalista Eliomar de Lima, em tom de comentário, sobre críticas feitas pelo candidato tucano ao Senado, Tasso Jereissarti, contra a área de segurança pública. Tasso qualificou o setor na Era Cid Gomes de “desmantelado”. Irapuan, que foi professor na Academia de Polícia Civil, não considera Tasso pessoa qualificada para tecer críticas. Confira:
Caro Eliomar de Lima,
O ex-governador Tasso Jereissati não é a pessoa qualificada para tecer críticas a área da segurança pública estadual. Na seu governo, cometeu seguidos equívocos na administração do setor, porquanto estava mais preocupado com o “marketing” das ações governamentais do que com os resultados. Dois exemplos para atestar a assertiva.
1. Celebrou um convênio com o DPF para que o Curso de Formação Profissional dos Delegados de Polícia cearenses aprovados, à época, em concurso público, fosse promovido pela Academia Nacional de Polícia num flagrante desrespeito a lei que estabelecia que a formação e capacitação dos profissionais da Polícia Civil de carreira deveriam ser realizados pela Academia de polícia Civil do Ceará, até porque o curso seria a última etapa do respectivo processo seletivo. Além da flagrante inobservância a legislação então vigente desprestigiava uma Instituição (APOC) com quase meio século de existência havendo, prestado relevantes serviços na formação e treinamento de policiais civis estaduais assim como de outros Estados da federação dentre os quais o Pará, Amazonas, Amapá e Rio Grande do Norte. Diga-se, por oportuno, que a ANP/DPF forma profissionais para suas áreas de competência específica definidas na CF as quais diferem das conferidas as polícias estaduais. MARKETING PURO.
2. Contratou, a peso de ouro, a consultoria do Mr. William Bratton (Comissário de Polícia aposentado) louvado na sua experiência exitosa à frente da Polícia de Nova Iorque onde conseguiu reduzir sensivelmente os índices de criminalidade naquela cidade americana. Os conceitos trazidos, no entanto, ou são comuns a qualquer política de segurança pública ou não se ajustavam a nossa realidade. Em Nova Iorque, a equipe liderada por Mr. Bratton dispôs de 500 milhões de dólares na arrancada para podar a criminalidade. Uma parcela da verba foi utilizada para treinar e reaparelhar a polícia, mas outra fração do dinheiro foi destinada ao custeio das batalhas judiciais indispensáveis para processar e condenar os criminosos naquela metrópole. De outra parte, registre-se os salários compensadores pagos aos policiais onde, um iniciante na carreira ganhava 3.500 dólares por mês. Claro que a experiência não vingaria num Estado pobre do Nordeste. MARKETING PURO.
Irapuan Diniz Aguiar,
Advogado
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