quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Itarema é um dos maiores produtores de atum no CE. Estado representa até 62% do nacional

Na contramão de vários negócios, o mercado produtor de atum no Ceará atingiu o status de maior fornecedor entre os estados brasileiros em menos de cinco anos de atuação. Das 27 mil toneladas geradas anualmente no País, entre 13 mil e 17 mil partem do território cearense, segundo ressalta o empresário e ex-secretário da Agricultura e Pesca do Ceará, Euvaldo Bringel, o que representa até 62% do volume do pescado no País.

O ex-secretário aponta a atividade como a mais recente descoberta local. Em apenas um mês, é pescado uma média de 1,1 milhão de quilos através de 130 barcos que atualmente estão em atividade no litoral do Estado. E o volume está em constante crescimento desde quando este mercado surgiu no Ceará. Em 2017, foram produzidas 12 mil toneladas de atum, número que cresceu 50% no ano passado, atingindo 18 mil toneladas, segundo informa o diretor de Agronegócio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Silvio Carlos Ribeiro.

Sobre as formas que o produto chega até o consumidor, Euvaldo Bringel esclarece que a produção local de atum possui três principais destinos.  "Cerca de 30% fica aqui no Estado para consumo em restaurantes, uma boa parte também está indo para o mercado de sushi no Brasil inteiro e o restante fica para as indústrias de congelados e enlatados", detalha. No Ceará, existem cinco indústrias de congelamento e uma de conservação.

A atividade tem obtido tantos bons resultados que instituições financeiras têm demonstrado interesse em financiar a construção de embarcações de pesca de atum. "O Banco do Brasil e o Banco do Nordeste vão começar a financiar os barcos e também tecnologias que já são utilizadas em outros países que ajudam, por exemplo, a monitorar os cardumes", afirma Silvio Carlos. Além disso, está prevista a construção de um porto específico para a pesca do atum em Itarema.

Ceará tem se destacado na pesca de atum, onde os barcos de cearenses recebem até 17 mil toneladas do peixe, o que representa mais da metade das 27 mil toneladas geradas anualmente no Brasil. Uma das dificuldades ainda existentes no mercado de atum no Ceará é a questão da conservação do produto. As cabines de frios precisam ser ampliadas para comportar todo o volume que está sendo pescado. A regularização da frota de embarcações utilizadas também é um ponto que precisa ser trabalhado.

O produtor e industrial Elizeu Monteiro também começou no ramo há cerca de cinco anos e já possui uma frota de cinco barcos pescando até 65 toneladas por mês, dependendo da época do ano e das condições do mar. Destes, 60% vão para a indústria e o restante para o mercado in natura. "Nós chegamos a empregar, direta e indiretamente, cerca de 3 mil pessoas", conta Monteiro. Os planos é obter um crescimento de até 30% em 2019 e começar a exportar já em 2020, tendo como possíveis compradores os Estados Unidos e também países da Ásia.

Diário do Nordeste

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