segunda-feira, 24 de julho de 2017

Cajucultores do Vale Acaraú esperam boa safra para 2017


Cajucultores do Vale Acaraú apostam no que considera o resultado de uma boa quadra chuvosa para voltar a produzir; diferente dos quatro últimos anos, quando produtores chegaram a perder cerca de 50% de sua produção, com o avanço da estiagem. Moradores de Cambota, em Bela Cruz, têm no cultivo do caju a maior fonte de renda de suas famílias, onde praticamente toda a mão de obra empregada na agricultura, se volta para o cultivo. Após a colheita, geralmente entre os meses de agosto e setembro, segue para a fábrica, no município de Cruz, que atende aos produtores da região Norte. Na fábrica, são separados a polpa e a castanha, transportadas, em seguida, para a capital, Fortaleza.

Depois da estiagem, que trouxe complicações nas últimas safras, os produtores esperam dobrar suas produções neste ano. A região Norte do Estado, segundo pesquisas da Secretaria da Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará (Secitece), é pródiga nesse tipo de plantio, tendo nos municípios de Bela Cruz, Marco, Cruz, Acaraú e Jijoca de Jericoacoara sua maior representatividade. Com necessidade média de chuva em torno de 600 a 700 milímetros por ano, o que não vinha ocorrendo, o preço da castanha, comercializada em maior volume, se comparada ao pedúnculo (caju), subiu gradativamente.

Quando comparados ao igual período de 2015, os preços recebidos pelos produtores, no ano passado, tiveram acréscimos de 40,50% no Ceará, 36,04% no Piauí e 35,16% no Rio Grande do Norte. A escassez de oferta, provocada pelo longo período de estiagem nos três Estados, responsáveis por quase toda a produção nacional, tem sido observada como um dos fatores para a alavancagem dos preços.

Entre os programas e projetos de incentivos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), voltados ao incremento direto ou indireto do setor da cajucultura no Ceará, estão o "Programa de Substituição de Copa", com enxerto melhorado geneticamente; e o Programa Hora de Plantar, com distribuição de mudas de elevado potencial genético. A Secitece mantém um trabalho de transferência de tecnologias, desde 2011, para o processamento de castanhas, na região Norte.

"Já foram distribuídos, pelo Projeto Intercaju, 16 kits de Processamento de Castanha e Unidades de Processamento de Pedúnculo em Itapipoca, Amontada, Cruz, Bela Cruz, além de Marco e Acaraú, ambas em fase de implantação", explicou o consultor da Secitece. Os kits tecnológicos também se encontram em Trairi e Itarema para comunidades que trabalham com doce, polpa de caju e cajuína. Convênios com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Sebrae-CE) foram firmados para o incentivo à manutenção do cultivo e comercialização do caju no Estado, por meio de consultorias.

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