“Contrariando todos os dados colhidos nas pesquisas já realizadas sobre o assunto, não só no Brasil, mas também em outros países, o ministro tenta justificar as ações com a alegação de que em larga medida, os índices de violência têm a ver com o desarmamento”, afirmou, acrescentando que “não é isso que evidenciam os fatos”.
O argumento de que as armas em mãos de civis devem ser banidas, segundo o deputado, soa tão estranho quanto impedir o acesso a celulares, que, por omissão das autoridades, acabam entrando em presídios de segurança máxima. “Também soa estranho quando não impedem os cidadãos de comprar carros que, ao final, podem ser utilizados em assaltos”, frisou.
De acordo com o parlamentar, a tragédia ocorrida na escola do bairro Realengo, no Rio de Janeiro, quando 12 crianças foram assassinadas, em nada se correlaciona com as armas legalmente possuídas pela sociedade. “O episódio se relaciona muito mais à ineficiência do Estado em coibir e tirar de circulação os bandidos e as armas”, avaliou.
Para Manoel Duca, não há qualquer efeito em proibir o acesso legal às armas, se assassinos continuarem obtendo “armas frias”. Segundo ele, controlar o comércio ilegal de armas é um desafio que exige não apenas a elaboração de leis mais severas, mas investigações sérias e punições exemplares.
“Este deveria ser o foco principal dos parlamentares que estiverem dispostos a rediscutir o Estatuto do Desarmamento. A sociedade, principal refém da violência, tem medo e por isso vê nas armas seu melhor meio de defesa”, observou.
Em aparte, o deputado Fernando Hugo (PSDB) também declarou ser contrário ao desarmamento. “Esse não é o caminho. O caminho seria bloquear o tráfico de armas”, pontuou. O deputado Idemar Citó (DEM) concordou com Hugo e com Manoel Duca. “O desarmamento só serve para o cidadão, porque o bandido fica armado”, comentou. Para ele, o senador José Sarney “deveria focar seu trabalho na reforma política, que é muito mais importante para o nosso País”, destacou.
Fonte: Al-CE
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