Em janeiro de 2020, a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado do Ceará (Arce) recebeu 1.498 reclamações sobre os serviços de energia elétrica e saneamento básico, de acordo com o relatório mais recente da entidade. Do total, foram 1.452 de energia elétrica e 46 de saneamento básico, um aumento de 53% em relação a janeiro do ano passado, quando houve 977 reclames - 926 e 51 em cada área, respectivamente.
A Enel Distribuição do Ceará (Enel) e a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), prestadoras dos serviços, declaram que estão comprometidas com a melhoria constante da qualidade ofertada à população. Conforme a Arce, as duas empresas contabilizaram mais de 11,5 mil queixas em 2019, número superior em 132% aos 4,9 mil registrados no ano anterior.
As notificações de problemas de energia mais que dobraram entre os dois anos, passando de 4.520, em 2018, para 10.529, no ano passado. A agência destaca como os principais assuntos a variação de consumo, erros de leitura, falta de energia, entrega de faturas e cobranças indevidas.
Quem conhece a realidade da inconsistência do serviço é Anderson Araújo, 25, que vive na localidade do Farol, em Itarema, no Litoral Norte do Ceará. Por lá, os moradores convivem com transtornos sobre a falta de energia.
“Meu tio tem um comércio e, há poucos dias, perdeu picolés, sorvetes, frangos. Tudo que tinha no congelador foi perdido. Uma vez, nessa falta de energia, fica oscilando muito, queimou uma televisão e não consegui ressarcimento”, conta Anderson.
Como alternativa para evitar prejuízos na produção de camarões e criação de peixes, ele preferiu comprar um gerador. “Às vezes, falta e não volta mais, ou demora pra voltar. Geralmente a galera liga, reclama e, com quatro ou cinco horas, volta o fornecimento normal”, relata. Ele relata ainda que as contas de energia não chegam em casa.
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