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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Em Itarema quatro famílias estão desalojadas há seis meses e sem ajuda do poder público

Além de estarem fora de casa, as famílias não receberam aluguel social e estão impedidas de voltar para casa, as ruas estão destruídas e as casas danificadas, prefeitura diz que solução está prevista até o final do ano

Em matéria do radialista Manoelzinho Canafístula, publicado em seu blog, moradores de Itarema denúnciam que pelo menos quatro famílias que moram no Conjunto Habitacional José Paulo dos Santos na comunidade de Panam, distrito de Almofala, zona rural de Itarema, estão passando por dificuldades desde a madrugada do dia 23 de março desse ano, quando elas foram obrigadas a sair de suas casas, expulsas pela força das águas da maior chuva registrada do estado em 2019, os 121 milímetros que trouxeram alegria e muita destruição no município.

A dona de casa, Maria Rosa de Moura, 30 anos, é casada e tem três filhos, ela conta que foi surpreendida pelas águas das chuvas e agiu rapidamente para retirar seus filhos com a ajuda de seu marido, no mesmo dia foi ao CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) de Almofala e pediu ajuda, segundo a dona de casa, a água invadiu sua residência, provocou danos na estrutura, estragou móveis e as duas ruas do conjunto habitacional foram cortadas ao meio.

“No CRAS fui atendida por uma moça de nome Jaqueline, ela me prometeu, que iria me fazer uma visita onde estou morando e estou esperando por essa visita até hoje. No dia ela me disse que iria esperar a chuva passar para fazer alguma coisa, parece que ela ainda continua no inverno, pois lá em casa ela não pisou, se foi, errou de endereço”, disse a dona de casa, que já procurou dois secretários municipais e o prefeito e não teve resposta positiva de ninguém.

Ainda segundo a dona de casa, a prefeitura ofereceu cestas básicas, diante da promessa de reforma das ruas e das quatro casas. A dona de casa que cansou de esperar e há um mês foi na prefeitura em busca de falar com a secretária municipal de Assistência Social e Cidadania, Nazedi Gomes Oliveira, segundo declaração de Rosa Moura, a titular da pasta apenas disse, que o problema era de outra secretaria e orientou a dona de casa a procurar a secretaria municipal de Agricultura e Recursos Hídricos.

Ao falar com o secretário Cristiano Santos ele limitou-se a dizer que poderia resolver nada, pois também não era de sua secretaria, “eles acham que somos peteca para estar de mão em mão, eu quero a minha casa de volta, restaurada e as ruas ajeitadas, estou disposta a ir no Promotor lutar pelos meus direitos”, enfatizou a dona de casa.

A dona de casa Francisca Andrina do Nascimento, 27 anos, não estava em casa na hora da enxurrada. “A minha casa foi uma das mais prejudicadas, pois além de não estar em casa, perdi móveis e estamos impedidos de voltar pra casa, estou me sentido excluída da sociedade”, desabafou a dona de casa. Desde o fatídico dia ela, o marido e o filho moram de favor na casa de parentes, a prefeitura não concedeu o aluguel social e ela disse que precisa voltar para casa, “tenho minha casa e estou morando de favor na casa de outras pessoas, isso é humilhante e até desumano, afinal pagamos impostos para que, mesmo? E porque a prefeitura não fez e nem faz nada para resolver nosso problema?”, finalizou a dona de casa.

Outra família desalojada é a de Ana Angélica de Jesus Araújo, 26 anos, casada e tem um filho de um ano, o marido faz trabalhos avulsos de serviços gerais e recebe em média R$ 120 reais por mês, o governo concedeu o benefício do bolsa família no valor de R$ 150 reais, a renda familiar é de apenas R$ 270 reais, desde que foram expulsos de casa, eles moram de aluguel na mesma rua e pagam R$ 150 reais de aluguel, “meu bolsa família é para pagar o aluguel e as outras despesas, quem vai pagar se meu marido só recebe R$ 120 reais e é quando aparece um serviço pra fazer”, reclama a dona de casa, segundo ela nunca recebeu a visita de um assistente social ou de qualquer funcionário da prefeitura, “eu nem sabia que tinha direito a esse aluguel social, pois a prefeitura deveria estar pagando meu aluguel, e agora vou atrás dos meus direitos”, finalizou a dona de casa.

O prefeito Elizeu Monteiro (PDT), limitou-se a dizer que todos os danos causados pela chuva de março estão sendo recuperado de acordo com um planejamento da gestão, ressaltou que foram muitos problemas, e garantiu que até o final do ano tudo será resolvido, ao ser questionado sobre o aluguel social e as razões de não ter priorizado a recuperação das casas e as vias públicas ele não respondeu até o fechamento dessa edição.

Já a secretária da Assistência Social e Cidadania, Nazedi Oliveira também limitou-se a dizer que iria ouvir a equipe do CRAS de Almofala e solicitou um relatório de atendimento, falou ainda que as famílias estão sendo assistidas pelo CRAS, mas não especificou que tipo de atendimento está sendo dispensado as vítimas, quanto ao aluguel social, disse que a secretaria daria entrada, após um relatório. A reportagem não conseguiu em nenhuma matéria manter contato ou ter resposta da secretaria de obras e serviços públicos.

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