Na última terça-feira, 19/09, sob orientação do Professor Diego Tárcio, houve a apresentação do projeto Freedom na Escola Profissionalizante Marta Maria Giffoni com testes e uma palestra motivacional. O projeto nasceu diante das dificuldades enfrentadas pelos deficientes visuais ao se locomoverem pelos centros urbanos ou mesmo dentro de sua própria residência, precisando, na maioria das vezes, do auxílio de outra pessoa, foi pensado, pelos alunos do Curso de Redes de Computadores da EEEP Marta Maria Giffoni de Sousa localizada no município de Acaraú no Estado do Ceará, um dispositivo capaz de ser acoplado aos óculos de sol que, geralmente, essas pessoas já utilizam.
A rotina dos deficientes visuais é muito complicada, principalmente, no que concerne a mobilidade em ambientes diferentes de seu convívio. O protótipo vem amenizar tais dificuldade de locomoção deste grupo de pessoas, que ainda sofrem com problemas de acessibilidade e Politicas Públicas de inclusão. Percebeu-se que a plataforma do garagino modificando, posteriormente, para o UNO que melhor se adequou, descobriu-se, então, que o sensor ultrassônico LV-MAXBOT-EZ junto com a programação em C++, era a solução de melhor custo-benefício, tendo como resultado: um dispositivo que, numa distância de 1,5m, avisa a proximidade, ao usuário, através de um sinal sonoro, que aumenta a frequência do bip na medida em que se aproxima dos obstáculos. Este trabalho registra, portanto algumas das muitas experiências vividas durante o acompanhamento e aplicação de atividades com pessoas portadoras de deficiência visual.
Em agosto de 2015 o projeto foi apresentado a comunidade escolar, sendo classificado para a Feira Regional de Ciências da 3ª CREDE. Em outubro de 2015 o projeto alcança o 1º lugar na Feira Regional de Ciências da 3ª CREDE, sendo credenciada para a Feira Estadual de Ciências da SEDUC/CE alcançando o 1º lugar na área de Ciências Humanas, recebendo a credencial para a Feira Ciência Jovem em Recife/PE 2016. Em novembro de 2016, pela 1ª vez o Projeto FREEDOM participa da Feira Ciência Jovem em Recife/PE. Em dezembro de 2016 o projeto alcança, novamente, o 1º Llugar na Feira Estadual de Ciências da SEDUC/CE, neste mesmo ano na área de Robótica, sendo credenciado para a MOSTRATEC 2017.
Durante os meses de abril, maio e junho de 2017, com a continuidade da pesquisa, foi realizado investimento financeiro e melhoramento do protótipo, ampliando as pesquisas para testes com uma pulseira complementar ao 1º protótipo. Houve também a substituição dos estudantes autores, que iniciaram o projeto e concluíram o ensino médio, pelos estudantes co-participantes, os quais estão dando prosseguimento as pesquisas. Em Julho de 2017 os estudantes e orientador submetem o projeto FREEDOM ao processo de seleção da MOSTRATEC 2017.
Os testes foram efetuados, inicialmente, nos corredores da escola, com 23 alunos de olhos vendados, selecionados de forma aleatória, simulando o dia-a-dia de um deficiente visual com obstáculos, onde 91,35% do público pesquisado confirmou a eficiência do óculos na mobilidade pela escola. Os testes também foram realizados, posteriormente, com 03 deficientes visuais da comunidade, obtendo-se 100% de satisfação frente sua locomoção dentro da referida instituição. O último teste se deu durante todo um final de semana, com 02 PDVs em ambiente doméstico, cujos depoimentos confirmaram a eficiência do equipamento frente as ações rotineiras, em especial, durante a ida a igreja e locomoção pela vizinhança, pois o medo de esbarrar num obstáculo foram desaparecendo à medida que conseguiram se desviar de barreiras, devido aos sinais emitidos pelo protótipo alcançando, assim, os objetivos traçados.
De acordo com os depoimentos dos participantes, alunos e deficientes visuais, a utilização do equipamento atendeu as expectativas, pois o medo de esbarrar num obstáculo vai desaparecendo à medida que vão conseguindo se desviar, devido aos sinais sonoros emitidos, chegando ao ponto de referência desejado. Essa sensação de confiança e liberdade traz ao deficiente visual a capacidade de se tornar mais autônomo, podendo ir e vir sem depender de outras pessoas, bem como a prevenção de acidentes no dia a dia, conforme respostas obtidas nas entrevistas. Os resultados obtidos, apesar das suas limitações, atestaram a viabilidade do projeto.
A partir, dos testes, comprovou-se que este dispositivo orienta o deficiente visual de forma que não precise da ajuda de terceiros para realizar tarefas rotineiras, ajudando-o a defender-se de possíveis obstáculos encontrados durante sua locomoção, facilitando, assim, a sua acessibilidade. Averiguamos, também, que o equipamento seria mais eficaz se desenvolvêssemos uma pulseira e fones de ouvidos, que em comunicação com o óculos ampliariam a identificação de obstáculos, em especial àqueles abaixo do joelho. Isso deixaria o deficiente mais confiante no uso do equipamento.
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